terça-feira, 20 de abril de 2010

Do encontro das almas à fusão perfeita.


Procurei nos lugares menos visitados

Procurei nas multidões

Nas religiões do ocidente, arrisquei nas do oriente

Cacei entre milhões de estrelas

Mirei em alvos imaginários

Abri, escancarei os olhos tantas vezes achando que eles poderiam ver

Quebrei todos os meus preconceitos

E todos os meus pudores pra te achar nas frases mais quentes

Discuti varias vezes pra te achar talvez na frieza

Li todos os livros pra tentar te encontrar nas entrelinhas

Busquei andei, nadei, cansei

Cavalguei, corri, me atirei de precipícios

Joguei meu carro tantas vezes nas curvas, nos barrancos

Subia ao vigésimo andar mesmo tendo de parar no primeiro

Experimentei todos os temperos, todos os sabores

Lambi as bocas vermelhas, as unhas pintadas

As barbas mal-feitas, a pele bronzeada

Do forró ao tango dancei

Olhava atrás das esquinas

Embaixo das mesas

Andava a noite sozinha e parava sempre em algum canto

Pra você ganhar tempo (e talvez me encontrar)

Esperava mais um pouco

Cansava e ia embora

Pedia uma pista

A cor do cabelo, a cor da pele, o sexo

Como você viria nessa vida?

Inteiro saudável, andando,

Linda, louco, surfista?

Quem é você eu sei, mas como estaria?

Quanta carne vestiria?

Que desenho traria?

Teria voz de veludo

Seria um poeta mudo

Uma modelo esguia

Seria de virgem, libra, áries?

Com o tempo cansei de procurar

Mas de tanto observar as pessoas descobri nelas todas as máculas

E cheguei a conclusão que quando você chegasse

Te acharia perfeito, porem, nao sem defeitos

Porque o amor não me permitiria ver nada alem do amor

E quando você chegou foi tão tranqüilo

Teve tanta calma, tanta paz

Eu quase duvidei, quase

E não insisti

Mas eu sabia que você também sabia

E que a gente tinha que encostar uma vida na outra

E desencostar quem estava na nossa

Gentilmente deixei você a vontade

E continuei minha rotina, tão cotidiana

Até que um dia, resolvi tentar ser feliz com outro alguém

E você de longe percebeu

E veio tomar o espaço que era seu

Em tempo

Nós, que sequer havíamos nos tocado

Mergulhamos um no outro desde a primeira vez

E não saímos mais

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